Por Cesar Kuzma - teólogo
“Quem
dizem os homens que eu sou” (Mt 16,13-15; Lc 9,18-21; Mc 8,27-30). Esta pergunta
de Jesus dirigida aos seus discípulos num momento forte de sua vida, conhecida
na teologia como “crise da Galiléia”, remete a nós o mesmo questionamento:
“Quem é Jesus Cristo para nós hoje?”. Parece uma pergunta fácil, mas se
pararmos por alguns instantes para escrever ou meditar sobre isso, perceberemos
que encontrar uma resposta não será algo tão simples assim. Por que será? Qual
é a inquietude que esta pergunta nos traz? Que questionamentos?
Vamos
tentar fazer uma leitura sobre isso:
O
mundo atual nos apresenta inúmeras propostas, uma mais atrativa do que a outra.
Embora, devemos aceitar parte delas, para o nosso próprio bem, não podemos
esquecer da razão primeira da nossa fé, que é Jesus Cristo. Para nós cristãos é
ele é quem sustenta o nosso existir e é nele que se encontra toda a nossa
esperança.
Assim
sendo, faz-se necessário para o cristão atual – aquele que busca uma maturidade
na fé – buscar conhecer mais sobre o seu mestre, sobre as suas palavras e sobre
suas ações e, sobretudo, sobre o conteúdo de sua mensagem: o Reino de Deus.
Neste horizonte encontra-se o estudo da Cristologia: doutrina sobre Jesus
Cristo, como apresentação, desenvolvimento e interpretação da confissão de fé
fundamental – Jesus de Nazaré é o Cristo, o Messias, o Filho de Deus e Senhor.
Tal disciplina está no centro de toda teologia, pois cabe a ela apontar o
Cristo, indicando os diversos caminhos que nos levam até ele. Em conformidade
com isso, toda a realidade vivida por Jesus de Nazaré, seu itinerário, suas
ações, palavras e milagres constituem a base para o processo de reflexão.
Por
isso afirmamos que para um amadurecimento na fé é necessário antes de tudo
conhecer – de modo profundo – quem foi e, quem é, de fato, Jesus de Nazaré.
Somente conhecendo-o, primeiramente, a partir de uma experiência, e,
posteriormente, buscando dar razões a isto, é que poderemos amá-lo sempre mais.
Se
chegarmos neste ponto estaremos mais próximos de responder a pergunta de quem
ele é, ao modo de Pedro, que diz: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”
(Mt 16,16). Contudo, não apenas por
dizer, mas porque ele está vivo e faz parte de minha vida, vive em mim e eu
nele. Eu conheço porque amo e amando eu passo a segui-lo sempre mais.
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