quinta-feira, 14 de junho de 2012

Acenos teo-biográficos de Jürgen Moltmann

Jürgen Moltmann - teo-biografia


Vídeo (link abaixo):


http://www.trinitywallstreet.org/webcasts/videos/profiles/biographies/gods-unfinished-future-jurgen-moltmann-biography

Por Cesar Kuzma - teólogo
 
Jürgen Moltmann é um dos teólogos mais respeitados e influentes do mundo contemporâneo, ele possui uma teologia expressiva, com forte teor dogmático e um diálogo profícuo com a sociedade atual. Depois de grandes líderes anteriores, como Barth, Cullmann, Tillich e Bonhoeffer, é provável que seja a figura mais representativa da teologia protestante contemporânea. Moltmann é de confissão cristã reformada, mas possui grande abertura reflexiva e um importante contato ecumênico. Nasceu em 8 de abril de 1926 na cidade de Hamburgo, Alemanha, sendo, na sua juventude, um apaixonado por Matemática e Física, sob a influência de autores como Albert Einstein e Max Planck; porém, teve a necessidade de logo cedo abandonar os sonhos juvenis, quando aos dezessete anos, após ver a sua cidade destruída em julho de 1943 pela operação Gomorra e, também, por ser soldado recém-incorporado, foi convocado para o front do exército alemão, no qual, depois de seis meses, foi feito prisioneiro de guerra pelo exército inglês. Inicialmente, foi levado para a Holanda e Bélgica, depois para a Escócia e, logo em seguida, para o campo de concentração de Norton Camp, na Inglaterra, perto de Mansfield, em Nottinghamshire. O regresso para a Alemanha só aconteceu em 1948.

Tal experiência marcou profundamente o encontro de Moltmann consigo mesmo e com o mundo que o cercava naquele instante, cuja verdadeira realidade era abstraída da juventude alemã e de grande parcela da sociedade pelos nazistas e seus ideais. Este momento marcou também o encontro do jovem Moltmann com Deus, alguém que para ele ainda era desconhecido, mas que aos poucos se revelava em esperança, para um novo começo, para uma nova vida. Nas suas palavras: “Em minha juventude, fui salvo pela esperança de Cristo. Ele a plenificou até hoje com a energia do Espírito divino. Ele me permite saudar todas as manhãs em que me é dado viver, com a alegria adventícia do Reino de Deus”[1]. Em outra passagem ele diz: “Eu ainda estava à procura, porém sentia que Deus me atraía e que eu não o procuraria se ele já não me tivesse achado”[2]. Ele diz também que, essas experiências de morte e de resignação converteram-se para ele no seu “primeiro locus theologicus”, a raiz dos seus esforços teológicos, e continua sendo até hoje no recôndito de sua alma[3].

Vale destacar que dentre os prisioneiros de Norton Camp encontravam-se alguns professores de teologia, através dos quais, depois de forte experiência, ele teve a possibilidade de iniciar seus estudos teológicos, cujas esperanças foram se manifestando e se construindo: “Naquele tempo, li de tudo: poesias e romances, matemática e filosofia, e grandes quantidades de teologia, praticamente de manhã até a noite”[4]

Já em 1948 voltou à Alemanha e decidiu por prosseguir seus estudos em Göttingen até 1952, ano em que os concluiu[5]. Em 1953 trabalhou como pastor em uma pequena comunidade reformada de Bremen-Wasserhorst[6]; usando de suas palavras: “uma pequena comunidade rural composta de 400 almas vivendo em 50 propriedades e de 2.000 a 3.000 vacas”[7]. Para ele, este fato foi de suma importância, pois acabava de sair pós-graduado de uma universidade e se vê as voltas com outra realidade, totalmente desafiadora. Esta experiência fez com que tivesse “conhecimento da teologia do povo na luta por suas famílias e seu sustento diário, nas memórias de seus mortos e nos cuidados pelas suas crianças”[8]. Eis um ponto que vale a pena ser destacado.

Academicamente, ensinou História dos Dogmas e Teologia Sistemática na Kirchiliche Hochschule de Wuppertal, onde foi colega de Wolfhart Pannenberg. Ali permaneceu de 1958 até 1964[9], ano em que foi chamado para a Universidade de Bonn[10]. Mais tarde, desde 1967, tornou-se professor na Universidade de Tübingen[11], da qual hoje permanece como professor emérito. Também no período de 1967-1968 foi convidado na condição de professor visitante à Duke University, EUA. Jürgen Moltmann é casado com Elizabeth Moltmann-Wendel, também teóloga. Eles se conheceram durante o período de estudos em Göttingen. Eles têm quatro filhos. 

Moltmann é considerado o “fundador” da Teologia da Esperança, movimento teológico contemporâneo que surgiu na Alemanha durante a segunda metade do século XX e, também, o seu principal expoente. Este movimento se caracteriza por diversas expressões, o que acontece em várias partes onde é apresentado e interpretado, traduzindo-se, na maioria das vezes, por uma teologia pública (Öffentliche Theologie), uma teologia que traz a esperança como ponto de ação na perspectiva do Reino de Deus Vindouro. Para Moltmann, “a teologia cristã é theologia pública por causa do Reino”[12]. Outra expressão teológica contemporânea, decorrente deste movimento, que também lhe é atribuída, é a Teologia da Cruz, desenvolvida em período posterior. Ele diz: “Uma Teologia da Cruz era minha preocupação antiga, mais antiga do que a Teologia da Esperança”[13]. Ele justifica esta intenção com uma questão pessoal, uma busca de Deus no fundo de sua existência e de sua experiência de morte e de abandono do campo de concentração, conforme demonstraremos a seguir. No entanto, o que o fez buscar uma nova compreensão a partir da cruz foi um não contentar-se com a forma como ela era apresentada, muitas vezes marcada com o sacrifício pelo pecado, num tom de remissão de culpa, mas não de esperança[14]. Esta teologia, no seu desenvolver, tinha a intenção de “corrigir” certo entusiasmo apresentado por ele na Teologia da Esperança e que poderia ser visto de maneira mais ampla e coerente com a proposta cristã diante das realidades mundanas, muitas delas marcadas pela dor e pelo sofrimento[15]. Deste “suposto entusiasmo” é de onde partiram muitas de suas críticas, principalmente da América Latina[16]. Há também a Teologia Política que, juntamente com Johann Baptist Metz se tornou uma expressão teológica de grande repercussão[17]. Com efeito, mesmo o autor ampliando a sua perspectiva teológica e na atualidade passando a abrir novas perspectivas, como, por exemplo, com a questão ecológica[18], é na Teologia da Esperança que se encontram os pilares do seu pensamento. O que vem depois é um somar-se, um ampliar da sua reflexão, porém sempre a partir da esperança.

O ponto principal de sua carreira teológica e que marca a sua ligação com a corrente teológica citada acima (e as demais correntes citadas) é com a publicação de sua obra Teologia da Esperança (Theologie der Hoffnung) em 1964[19] – objeto formal de nosso estudo para trabalharmos a questão do futuro de Deus na missão da esperança cristã. Nela, o tema da esperança aparece como elemento hermenêutico, levando-a, assim, ao centro da teologia, conforme suas palavras: “já não mais teorizava sobre a esperança, mas a partir dela”[20]. Ou também: “O todo da teologia em um único enfoque”[21]

Moltmann é um teólogo que possui uma grande aceitação no meio católico, principalmente pelo seu comportamento ecumênico diante dos teólogos católicos europeus. Fato que não o impede, como teólogo protestante, de fazer críticas à Igreja Católica quando esta, no seu entender, não adere ao movimento ecumênico[22]. Em contrapartida, evidencia-se em sua carreira teológica uma aproximação com teólogos católicos no meio acadêmico, não só por consequência de pensamentos (J. B. Metz é um exemplo), mas também por amizade, estima e ambiente de trabalho. Sua última universidade, por exemplo, Tübingen Universität, sustenta (como em várias universidades alemãs) uma faculdade católica de teologia e uma faculdade evangélica, onde professores e alunos podem comungar deste ambiente. Nesta universidade ele se encontra com Hans Küng, Joseph Ratzinger, entre outros. Também no livro Weiter Raum ele reproduz fotos e relatos de alguns eventos desta natureza. Destacamos o encontro que teve com o Papa Paulo VI[23], durante audiência em março de 1972, e com o Papa João Paulo II em 1982[24], durante Congresso Teológico Internacional de Pneumatologia. Moltmann possui também um importante diálogo com a Teologia Latino-Americana da Libertação[25], nosso ponto de aproximação neste trabalho. 
Como a intenção deste capítulo é despertar para a escatologia que se encontra na Teologia da Esperança de Jürgen Moltmann, que para ele se traduz em esperança no futuro de Deus, ao qual somos chamados a participar (em missão) e, por percebermos que, o seu modo de teologizar parte, primeiramente, de uma questão pessoal, do encontro do teólogo com Deus, nós apresentamos abaixo fragmentos de um breve relato:

O começo de minha busca teológica por Deus coincidiu com o fim pavoroso de minha cidade natal, Hamburgo, em 1943. Pode-se dizer que sou um sobrevivente de “Sodoma e Gomorra”. Essa menção não tem nada a ver com a poesia religiosa, mas com uma realidade dolorosa. Quando essa lembrança me vem à mente, me assaltam temor e tremor.
[...] Nas últimas semanas de julho de 1943, aquela cidade foi destruída pelo fogo provocado por “Sodoma e Gomorra”, nome dado à operação de bombardeio da força aérea britânica. A bomba que esfacelou um de meus colegas, ao meu lado, me poupou de modo indescritível. Naquela noite de morte em massa, eu gritei pela primeira vez por Deus: “Meu Deus, onde tu estás? Onde está Deus?”
Durante três anos como prisioneiro de guerra na Escócia e na Inglaterra, procurei uma resposta. Em todas as noites, travei uma batalha com Deus como Jacó, que lutou contra o Anjo do Senhor no Vau de Jaboque. Tratou-se de uma luta contra o lado mais obscuro de Deus, contra sua face abscôndita, contra o “não” de Deus que tivemos que suportar durante a guerra e na miséria do tempo de prisão. Nós escapamos da morte no conflito, mas para cada um que sobreviveu houve centenas que morreram. Nós escapamos do inferno, mas pusemo-nos atrás do arame farpado e perdemos a esperança.
[...] O meu mundo interior desabou. Eu recolhi meu coração que sangrava dentro de uma carapaça de imperturbabilidade e apatia. Isso foi uma forma de prisão interna para a alma, somada à prisão externa. Uma pessoa pode se tornar tão apática e indiferente que não é mais capaz de sentir nada: nem alegria, nem dor. Então não se vive mais, torna-se como que um morto-vivo.
[...]
Em maio de 1945, tivemos que empurrar um veículo no miserável campo de prisioneiros da Bélgica. Eu o fiz calado e sem a menor vontade. De repente, notei que estava entre lindas cerejeiras florescentes. A vida plena “olhou” para mim. Eu caí, quase inconsciente, mas senti a primeira centelha de vida novamente em mim.
Na Escócia, trabalhamos na construção de ruas junto com o povo nativo. Eles nos chamavam pelo nome mesmo que nós trouxéssemos em nossas costas apenas números. Eles trataram seus antigos inimigos com uma hospitalidade tão natural, uma solidariedade tão humana que me senti profundamente envergonhado. Por meio deles, fomos transformados de figuras petrificadas em pessoas que novamente podiam sorrir.
Então, recebi uma Bíblia como presente de um capelão do exército inglês. Eu não sabia exatamente o que fazer com ela. À noite, li primeiro os salmos de lamentação do Antigo Testamento. Com a leitura do Salmo 39 (v. 3,5,12), me senti tocado[...][26].
Isso foi ao fundo de minha alma. Depois, li o Evangelho de Marcos e encontrei a passagem que menciona o grito de morte de Jesus: “Meu Deus, porque me desamparaste?”. Foi naquele momento que pude saber com certeza: “Aí está um que me entende”.
[...]
Eu me tornei tão fascinado por aquela experiência de vida que perdi meu interesse pela Matemática e pela Física. Decidi estudar Teologia para investigar o que é verdadeiro na fé cristã. [...] Eu me inscrevi e fui levado em 1946 por um soldado inglês para Norton Camp, que ficava nas proximidades de Nottingham, num lindo parque do Duque de Portland.
[...]
Eu nunca experimentei Deus como opressivo ou alienante, mas sempre como esse lugar espaçoso da liberdade, no qual se pode respirar e ressurgir[27].


Moltmann diz que, para ele, a teologia sempre é um caminho aberto e convidativo, seus métodos partem inicialmente do nível biográfico-pessoal (por essa razão reproduzimos o relato acima), contextual-político e pelo kairós histórico que vive no momento[28]. Passaremos, a partir de agora, a apresentar de maneira detalhada o transcorrer deste percurso teológico, no intuito de desvelar a escatologia no percurso de sua teologia[29]. Não se tratam apenas de traços biográficos do autor em questão, mas sim, uma reflexão teológica com base em sua teologia, a partir de relatos de vida do próprio autor, através dos quais se descortina a esperança presente na sua escatologia e que, consequentemente, amadurece teologicamente no percurso de sua história. Nas suas palavras: “Primeiro vem a experiência, depois a teologia; primeiro a paixão, em seguida a ação”[30].

Um teólogo verdadeiro deve ter elaborado a sua luta com Deus, a sua experiência de Deus, seus medos de Deus e sua alegria em Deus. Ele deve ter se exposto pessoalmente à causa que representa, e não reprimir as suas experiências negativas diante de Deus nem calar o seu gosto positivo em Deus (Sl 37,4). É bom quando se consegue reconhecer, numa teologia, o teólogo, a teóloga, e, nos agentes poimênicos, a própria alma envolvida[31].


Esta é a intenção de chamarmos esta parte do nosso trabalho de “acenos teo-biográficos de Jürgen Moltmann”.


[1] Id. Vida, esperança e justiça, p. 9.
[2] Id. A fonte da vida, p. 14.
[3] Cf. Id. Experiências de reflexão teológica, p. 18.
[4] Id. A fonte da vida, p. 15.
[5] Cf. Id. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 49-60.
[6] Cf. Ibid., p. 61-73.
[7] Id. Experiências de reflexão teológica, p. 18.
[8] Ibid.
[9] Cf. Id. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 77-87.
[10] Cf. Ibid., p. 97.

[11] Cf. Ibid., p. 149.
[12] Id. Experiências de reflexão teológica, p. 26.
[13] Id. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 185. Citação original: “Eine Theologie des Kreuzes war mein altes Anliegen, älter als die Theologie der Hoffnung”.
[14] Cf. Ibid.
[15] A obra que marca este momento na sua teologia é “O Deus Crucificado”, “Der gekreuzigte Gott” de 1972.
[16] Cf. Id. Temas para una Teologia de la Esperanza, p. 63-81.
[17] Cf. Id. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 156. Sobre Johann Baptist Metz e a Teologia Política indicamos: METZ, J. B. Teologia Política, 1976; Id. Para além de uma religião burguesa: sobre o futuro do cristianismo, 1984.
[18] Moltmann tem dedicado a sua teologia a questão ecológica desde 1985 com a publicação do livro “Deus na criação: doutrina ecológica da criação”. Título original: “Gott in der Shöpfung Ökologische Shöpfunglehre”, de 1985. A tradução brasileira é de 1993. De lá para cá, esta é uma temática que tem tomado conta da vida do autor e ele relaciona a sua teologia – no aspecto escatológico, público e político – dentro desta perspectiva.
[19] Cf. MOLTMANN, J. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 103.
[20] Id. My theological career, p. 170.
[21] Id. Teologia da Esperança, p. 24.
[22] Ilustramos este fato com seu artigo na revista Concilium, sob o título “A Igreja como communio”. A intenção deste artigo era de responder a carta da Congregação para Doutrina da Fé de 15 de junho de 1992, pela maneira como foram tratadas as comunidades protestantes e evangélicas, segundo Moltmann, de maneira não respeitosa. Ele argumenta que a carta ignora acentos já formulados pelo Vaticano II, tendo, portanto, um teor não ecumênico. Ver: MOLTMANN, J. A Igreja como communio, p. 161-163.
[23] Cf. Id. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 126.
[24] Cf. Ibid., p. 127.
[25] Cf. Id. Experiências de reflexão teológica, p. 157-251. Também: Id. O Espírito da vida, p. 110-114. Id. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 215-224. Maiores detalhes deste encontro e aproximação serão desenvolvidos no decorrer deste trabalho.

[26] Pela tradução brasileira da Bíblia de Jerusalém a citação que o autor faz refere-se aos versículos 4, 6 e 13: “Meu coração queimava dentro de mim, ao meditar nisso o fogo se inflamava... minha duração é nada diante de ti... Ouve a minha prece, Iahweh, dá ouvido aos meus gritos, não fiques surdo ao meu pranto! Pois sou forasteiro junto a ti, inquilino como todos os meus pais”.
[27] Id. Vida, esperança e justiça, p. 10-12. Grifamos no final a expressão “lugar espaçoso” por se tratar de uma expressão que Moltmann se refere muito para explicitar a sua experiência com Deus. Um dos livros que estamos utilizando como base de suas experiências pessoal e teológica traz esta expressão no próprio título: “Weiter Raum”.
[28] Cf. Id. Experiências de reflexão teológica, p. 10.
[29] Ver também: PIAZZA, O. F. MOLTMANN Jürgen, p. 897-899.
[30] MOLTMANN, J. Experiências de reflexão teológica, p. 32.
[31] Ibid. Não tivemos acesso ao texto original em alemão para entender o que foi que o tradutor quis dizer com “poimênicos”. Entendemos que, tratam-se de agentes de acolhimento, pastoral da acolhida, do aconselhamento, algo nesta direção.


[1] Cf. MOLTMANN, J. Weiter Raum. Eine Lebensgeschichte, p. 20-46. Sobre estes marcantes episódios da vida do autor, outras obras trazem referência: Id. Experiências de reflexão teológica, p. 17-18; Id. Vida, esperança e justiça, p. 9-12; Id. A fonte da vida, p. 9-17. Id. No fim, o início, p. 49-52. Id. Biografia e Teologia, p. 20-28. A importância desses relatos é que Moltmann sempre retorna a eles para justificar a sua teologia e para dar sentido a sua experiência de Deus e de esperança. Entendemos que, a biografia do autor é um caminho obrigatório para se compreender a noção de escatologia que transparece em suas obras, principalmente, na “Teologia da Esperança”.

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