Olá
amig@s!
Tenho
recebido algumas mensagem de grupos que se colocam em defesa da família e da
vida, mas que para isso jogam fora todo o resto. Trata-se de um discurso
ofensivo e excludente, em vias ditas "tradicionais", mas sem diálogo
e sem compaixão e amor; no fundo com um tom mais político do que cristão,
totalmente obcecado e fundamentalista. Diante disso, tenho minha visão, sempre
inclusiva e aberta, no direito a liberdade e em tom acolhedor, como tem nos
ensinado o Papa Francisco, como um grande Pastor.
Acho
que os argumentos colocados por estes grupos fundamentalistas apenas reforçam a
urgência de se tratar dos homoafetivos, dos casais de segunda união e
divorciados e dos novos modelos de família e da sociedade atual que é plural de
maneira aberta e inclusiva (vejam só o questionário do Sínodo), pois pelos
argumentos por eles apresentados, projeta-se uma sociedade intolerante, o que
seria mais grave, pois fere os princípios cristãos da unidade e da liberdade,
onde a pessoa (independente da sua condição, posição ou situação) deve ser
respeitada e amada, conforme já foi apontado no Vaticano II pela Gaudium et
spes.
O
que eles argumentam é que estes novos modelos vão intervir na educação católica
e no ensino de nossos princípios e valores, o que a meu ver, acho uma posição
leviana e pequena, pois é incapaz de ver o todo. Além disso, as Escolas
Católicas, ou outras Escolas confessionais, não perderam a sua identidade
cristã por terem de tratar de temáticas que são tão urgentes e tão presentes no
nosso contexto. Ignorar seria mais grave, pois criaríamos um mundo irreal. O
fato de termos uma convicção de fé não nos leva a impor os nossos valores aos
outros. Ressalto também a laicidade do Estado, que é uma conquista, e que está
no seu dever de legislar em favor das pessoas, sobretudo, daquelas que se
encontram mais vulneráveis. Dentre estas, encontram-se os divorciados, os
homoafetivos, os indígenas, negros, dependentes químicos, aidéticos e tantos
outros. Não vejo que há uma ação do governo para destruir a família. Engraçado
que estas temáticas "moralistas" sempre aparecem em período próximo
as eleições... É algo que nos faz pensar... Também, como professor, não
concordo que exista uma ideologia do gênero, como estes grupos falam. A questão
do gênero é urgente e deve ser debatida, pois ela implica em novas posturas
sociais que visem a inclusão e o diálogo maduro. Isso apenas reforça uma
cultura "androcêntrica" que coloca o homem no centro, no poder, tanto
na família quanto nas demais esferas da sociedade.
Uma
familia "tradicional", como se quer projetar nestas intenções,
reforça laços culturais de uma época, mas nem por isso se pode afirmar que ela
tem bases totalmente cristãs, pois foi construída pela cultura, no passar dos
tempos, no incorporar de vários costumes. Basta olharmos o exemplo da família
de Nazaré, talvez fora dos padrões "tradicionais", pois temos um pai
que sabemos muito pouco, apenas que era um homem justo; uma mãe grávida na
adolescência, e fora do casamento! E um jovem que a família e a sociedade
achavam que estava louco, e que foi morto como criminoso político! Se olharmos
apenas por este ângulo, seria bem provável que esta família não entrasse nas
nossas comunidades religiosas e em nossos círculos (o que retrata uma realidade
bem próxima de nosso contexto atual). No entanto, olhar o relato bíblico apenas
por este ângulo não demonstra a profundidade da questão, pois aquele homem
"justo" acolhe esta jovem na sua casa, ele a protege e dá a ela
segurança e vida, ele aceita o seu filho e dá a ele a sua paternidade (cf.
Mateus), assume perante a sociedade de seu tempo. Nesta família, que zelou pela
justiça dos mais vulneráveis, o que será uma marca também em Jesus, encontramos
um elo que marca a essência da fé cristã, que é o amor, o amor para todos e com
todos.
Portanto,
como pai e católico, não me sinto ofendido por qualquer lei que venha incluir e
tratar da defesa de grupos mais vulneráveis da sociedade, principalmente se
isso toca aos homoafetivos e as novas formas de família que temos presentes
hoje em dia. Ao contrário, eu apoio, pois quero educar meus filhos numa
catolicidade que se faça respeitar pela verdade e na verdade, no acolhimento e
no respeito com todos, na prática da justiça e do serviço. Em outras palavras,
no amor. Isso não atinge a minha moral cristã, pois a minha moral cristã está
ancorada na práxis de um Jesus que acolhe e que ama e que chama todos a sua
presença.
Esta
é a essência do amor!
Que
o tempo do Advento nos ensine a amar e a acolher a todos, pois de outra forma,
estaríamos jogando outras famílias de hoje nas "estrebarias" do
mundo. Penso que o Natal nos ensina outra forma de agir!
Por
Cesar Kuzma
Teólogo,
Pai, Cristão e Católico.
OS QUE SE AMAM AINDA QUE PORTADORES DE OLHARES DIFERENTES ENXERGAM A MESMA COISA MAS IMPORTANTE TAMBEM E QUE SE OLHE DE TODAS AS PERSPECTIVAS POSSIVEIS SEM ABSOLUTISMOS NEM DEMAGODIA NEM FUNDAMENTALISMO ATE PORQUE NENHUMA DESTAS CABE NO AMOR QUE E SE BASTA POR SI SO OBS: PORQUE QUANDO O ASSUNTO EXIGE TODOS SE ABSTEM LEMBREMONOS SEDE QUENTES OU FRIO POIS OS MORNOS......
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